segunda-feira, 12 de março de 2012

III Confraria Vinho e Boa Mesa - Espanha.

Ainda na Península Ibérica, no mês de dezembro de 2.011 a Confraria Vinho e Boa Mesa realizou o seu terceiro encontro, que nos conduziu à inebriante e cheia de caráter Espanha, lar de artistas renomados, que presentearam o mundo cada qual com sua arte e, como não poderia ser diferente, é em terras espanholas onde os artesãos do vinho criam suas obras-primas em estado líquido. Em um país com cerca de setenta denominações de origem, a uva Tempranillo (Tinto Fino, Tinta del País, Tinta del Toro), reina absoluta e nós, bons súditos que somos, reverenciamos sua coroa. 


Iniciando os trabalhos:

Entrada: tapas variados, ao estilo espanhol (Jamón, pimentões ao azeite, pistaches, manta de mussarela de búfala);

Pratos principais: arroz negro com frutos do mar; picanha suína com redução de vinho malbec;

Sobremesa: doce de ricota com avelãs, mel e damascos, acompanhado por um bom Jerez.

Vinhos degustados:

O Cava Don Román Brut Magnum, traz em sua composição as uvas Macabeo, Xarello e Parellada, apresentando coloração palha, com reflexos de lavanda, borbulhas finas e constantes. Tanto no nariz, quanto no palato, mostra frutas brancas com nuances de panificação. Seco e refrescante, trata-se de um espumante honesto e correto.





Ao contrário de seu irmão rubro, proveniente da Rioja Alavesa, este Marqués de Riscal 2.010 é branco, produzido na região de Rueda, composto pelas uvas Verdejo (85%) e Viura (15%). Trata-se de um vinho leve, de visual amarelo claro, com reflexos dourados, apresentando aromas florais, com traços de maracujá e capim molhado. Em boca é fresco, resultado da acidez moderada, com nuances de frutas tropicais e leve amargor no final, bem característico da uva Verdejo. Boa compra !





Dos brancos, vamos aos tintos, e para inaugurar a ala dos rubros, nosso amigo Abner nos presenteou com um Marqués de Riscal 2.000. Apesar da idade, ele estava sensacional, elegante e misterioso, revelando-se aos poucos. Elaborado com 90% de Tempranillo, sendo o restante por Graciano e Mazuelo, apresentou coloração granada, com bordas alaranjadas, denunciando sua idade. No nariz, mostrou-se enigmático, com aromas balsâmicos, ameixa seca e café, revelados aos poucos. No palato esbanjou equilíbrio, com acidez correta e taninos macios. Um vinho de camadas, para meditar.


O Luis Cañas Crianza 2.008 (95% Tempranillo e 5% Garnacha) é um vinho que apresenta cor vermelho-rubi límpido, com envolventes aromas de cedro, frutas vermelhas e couro suado. Em boca é vivo, com acidez pronunciada e taninos rústicos que garantem mais uns anos em garrafa. Boa pedida.






Ainda na região da Rioja, o também nobre Marques de Arienzo 2001 - Reserva Especial - foi um dos destaques da noite. Elaborado com as uvas Tempranillo e Graciano, é um vinho vermelho-púrpura, com bordas na cor telha, de aromas complexos que revelam especiarias, mirtilo, couro e tostado. Em boca demonstrou-se musculoso, com boa acidez e taninos aveludados. Um convite à imaginação.






Da Rioja para a D.O. Bierzo, localizada a noroeste da região de Castilla y León é lá que se produz o El Castro Valtuille Joven-2007. Trata-se de um vinho simples, elaborado com a uva Mencia, que confere visual vermelho-cereja, aromas de frutas vermelhas, terra molhada e alcaçuz. No paladar mostrou-se fresco, de corpo médio, com acidez pronunciada e nuances minerais. Bom para o dia-dia.






Voltando para os domínios da Tempranillo, o Protos Crianza 2007 - D.O. Ribera del Duero - honrou seu nome, que em grego significa "Primeiro", e conquistou a preferência dos membros da confraria. De coloração vermelho profundo, com reflexos violáceos, revelou aromas de frutas de bosque (amora, mirtilo), folhas secas, coco, nuances de baunilha e canela. Em boca é um vinho extremamente elegante, pleno, com taninos sedutores e acidez moderada. Delicioso !!


Como não poderia ser diferente, uma sobremesa contendo ricota, mel, amêndoas e damascos, teria que ser escoltada por um ótimo Jerez. Produzido pela Bodega Domecq, o La Ina é elaborado com uvas 100% Palomino e apresenta visual amarelo-dourado, com reflexos âmbar. Seus aromas e sabores remetem a frutas e folhas secas, panificação e pera, com pouca acidez, corpo cheio e final persistente. Olé !!






Nosso próximo encontro será na alegre e ensolarada Austrália, lar de tintos potentes e brancos sedutores. Até lá e....


...saúde a todos.


Confraria Vinho e Boa Mesa


Participaram desta confraria: Abner (anfitrião), Carlos, Cássio, Leandro (que assina o texto), Nenê e Renato.
   

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