O tema era covardia - Portugal. Não bastasse sua tradição em fazer bons vinhos, sua riqueza de castas e ótimos terroirs, quem nos apresentaria o tema era simplesmente nossa amiga Inês Marques Pestana da Cruz, portuguesa de Viseu, enóloga e vasta conhecedora dos bons vinhos, sobretudo os da “Terrinha”.
Ao concluir a faculdade de Enologia, estagiou e trabalhou em várias vinícolas ao redor do mundo, como por exemplo, Itália, Austrália e EUA. No Brasil, desenvolve cursos e consultoria na sua VIAVITIS - www.viavitis.com.br. Ela estava assessorada pelo marido Thiago, que deu o suporte necessário para tudo dar certo. Falar o que, de quem conheceu o vinho na mamadeira!
Abrimos nossos trabalhos com o emblemático
Vinho Verde - da região do Minho,
Noroeste de Portugal, degustamos o Alvarinho Anselmo Mendes - 2007.
Feito 100% de uvas Alvarinho é um vinho incrível, feito à moda antiga, pois
passa por uma “curtimenta” ( fermenta parcialmente com as películas ) e estagia
9 meses em barricas usadas, “na mãe” ( sobre as borras totais ).
Seus 13,5 % de álcool, desafiam o tempo e
ajudam a torná-lo um vinho de guarda. Um vinho elegante e harmonioso; uma grata
surpresa !
Indo para a região localizada na metade Sul da província da Beira Alta, no Centro Norte de Portugal, chegamos ao Dão. O vinho escolhido foi o Pelada DOC Dão - 2003. Vinho único, feito de vinhas velhas (blend) e Touriga Nacional, ele estagiou 24 meses em barrica. De grande caráter, é volumoso, estruturado e encorpado. O vinho da noite, na opinião do meu afilhado e dedicado estudioso do “Néctar dos Deuses”, Leandro e sua Carol.
Antes de seguirmos viagem, fomos apresentados ao DODA 2008 ( Douro / Dão ), uma união de ótimos produtores que criaram um vinho com a elegância e longevidade do Dão e a concentração e estrutura do Douro. Um vinho de pequena produção, fazendo jus ao nível da confraria. Quem apreciou conhecê-lo foi meu amigo de velhos tempos Rogério Pirana, que prontamente foi aconselhado por sua esposa Virgínia, para comercializar este vinhaço no seu Empório Pirana, um supermercado muito bem montado e localizado na Estrada da Malota.
Sua adega climatizada, em minha opinião, é
uma das mais bonitas e completas de Jundiaí.
Chegando ao Douro, nos deparamos com uma das mais antigas e importantes regiões demarcadas no mundo. Situada no Nordeste de Portugal, faz dobradinha com o famoso vinho do Porto e produz tintos potentes e maravilhosos. Seu representante foi nada menos que o já consagrado Chryseia DOC Douro - 2008. Composto por Touriga Nacional, Touriga Franca (maioria), Tinta Roriz e Tinta Cão, ele possui 14% de teor alcoólico e uma longa vida em garrafa. Eleito um dos “100 Melhores Vinhos do Mundo”, pela Revista Wine Spectator, ele na taça é extremamente complexo, sofisticado e elegante. Sobressaem no seu bouquet flores e frutas maduras.
Difícil esquecer seu grená intenso e brilhante. Foi o escolhido pelo meu eclético, FLEX e experiente amigo Abner, apoiado pela patroa Fátima.
Não pensem que a esta altura do campeonato
nosso time estava sentindo os efeitos de tantas regiões vinícolas; ainda tinha mais...
Que venha o Alentejo! A maior região vitivinícola de Portugal ocupa no seu
conjunto 1/3 do território nacional; uma planície limitada ao Norte pelo Rio
Tejo e ao Sul pelo Algarve. São 8 sub-regiões DOC e suas principais
castas tintas são : Trincadeira, Aragonez, Castelão e Alicante Bouschet. Nosso
vinho Alentejano não poderia estar melhor representado : Herdade do Esporão - Private
Selection - Garrafeira 2007. Outro
vinho de alta qualidade, super cuidado, desde a seleção das uvas até seu tempo
de barrica; uma obra de arte!
Possui um aroma complexo; no palato muita fruta densa com taninos robustos. Seus potentes 14,5% de álcool não se mostram presentes ao degustá-lo e o torna um vinho de grande longevidade. Meus queridos amigos Áureo e Kátia, além da Sônia e Carlão, que sobreviveu, e seu filho Thiago, adoraram nosso último tinto. O 12º andar estava muito bem representado!
Possui um aroma complexo; no palato muita fruta densa com taninos robustos. Seus potentes 14,5% de álcool não se mostram presentes ao degustá-lo e o torna um vinho de grande longevidade. Meus queridos amigos Áureo e Kátia, além da Sônia e Carlão, que sobreviveu, e seu filho Thiago, adoraram nosso último tinto. O 12º andar estava muito bem representado!
Chegando ao final dessa volta de Portugal, fomos desembarcar na Ilha da Madeira, a “Pérola do Atlântico”, que produz um vinho fortificado único, que sujeito a variações de temperatura durante as viagens, adquire uma característica ímpar. Hoje os produtores simulam estas viagens com muita tecnologia e competência. Sua casta principal é a Tinta Mole, além de cepas raras como, Malvasia, Sercial, Boal e Verdelho. O fortificado escolhido foi o HM Borges Reserva - 5 anos - Doce. Feito da Tinta Negra Mole, possui teor alcoólico de 18,5%. Um vinho complexo com notas de madeira, tosta e frutos secos. Apresentou um figo seco muito agradável em boca, com final longo e persistente. Um vinho para nunca ser esquecido ! Harmonização perfeita para a sobremesa da noite : uma mousse de chocolate, pouco doce, executada com perfeição e maestria por minha esposa e companheira Adriana.
Concordaram com o resultado, meu amigo
Marcelo Zanini, um dos maiores conhecedores de vinhos Tops que convivo e sua
esposa Juliana.
Agradeço à participação de todos, que contribuíram para que esta noitada inesquecível pudesse acontecer, principalmente a Adriana, que além de ser meu braço direito, permite que eu viva meu sonho, sempre indo em busca de vinhos, vinhos e mais...VINHOS !
Até a próxima !!
Confrade Cássio Mathias de Oliveira